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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Referência: "The Subway", de Pierre Hébert


Filme incrível do veterano cineasta de animação canadense Pierre Hébert. Fiquei impressionado com este trabalho desde a primeira vez que o vi, pois lida exatamente com uma das coisas que mais tem me fascinado, que é animar sobre elementos reais. No caso, ele começa transformando em desenhos algumas fotos tiradas no metrô canadense, na década de 80, e partir daí embarca numa viagem visual nas suas impressões sobre o lugar, tudo embalado por um jazz solto e livre como as imagens criadas. O filme é bastante intenso, nos seus quase 15 minutos de duração, mostrando a força das imagens animadas - no caso, na técnica do direto na película - e a unidade que Pierre Hébert conseguiu manter em todo o filme, consagrando mais uma vez uma produção do National Film Board of Canada.


                       

sábado, 29 de junho de 2013

Referência - Photograph of Jesus



A primeira vez que vi este filme foi no MUMIA - Mostra Udigrudi Mundial de Animação, em Belo Horizonte, na edição de 2010. Fiquei impressionado desde o primeiro momento, tanto pelo tom documental, pelas cômicas histórias retratadas e claro pela abordagem tão interessante da animação, que mistura recortes reais com digitais, stop motion, pixilation e todas essas imagens de arquivo da Hulton Collection / Getty Images, que patrocinaram (ou encomendaram, talvez) o filme. Muito bem realizado, um destes trabalhos que dá gosto de ver e inspira. E agora o reencontrei, nas buscas por referências para um projeto em andamento, que tem tudo a ver. E vamos em frente! :)

domingo, 31 de março de 2013

Referência - Laurent Coderre


Dando uma olhada como sempre no excelente livro The Animation Book, encontro uma menção a Laurent Coderre, que ainda não conhecia. Ele, como vários outros gênios da animação mais livre, trabalhava no National Film Board of Canada, e tem produções incríveis, animando diversos materiais. O livro mostra a imagem acima e fala sobre ele no trecho sobre animar diversos materias sob a câmera, e a legenda da imagem era exatamente essa:

"O canadense Laurent Coderre é mostrado trabalhando com pequenas lascas de madeira no seu filme Zikkaron. Veja a simplicidade da estrutura: uma câmera fixa presa acima de uma folha preta fosca."

Me identifico demais com filmes animados tradicionalmente sobre trucas com diversos materiais sobre fundo preto. Pode parecer algo ultra-específico e raro, mas acredite, se você ainda não viu muitos assim, existem demais, é quase uma escola, ou uma linha de trabalho. Apesar de na maioria das vezes eu detestar rótulos e categorias, esta seria uma que eu faria parte com prazer. Mas, enfim, voltando ao Laurent; fiquei muito curioso sobre este seu filme e - nada como os dias de hoje! - ele está disponível para assistir no site do NFB. Assista e veja o que acha:





Incrível não é? Não sei o que é mais impressionante: a fantástica maneira como consegue contar tanto de maneira tão livre e sem as amarras de sempre dos roteiros de sempre, ou impecável animação (tudo flui de forma maravilhosamente linda, extremamente precisa e nada sai do lugar por acaso) ou como ele conseguiu fazer tudo isso junto, há mais de quarenta anos atrás. Quanto mais animo hoje - com câmeras digitais, programas avançadíssimos de captura frame a frame, softwares de correção de cor e edicão, o escambau - mais vejo o quanto esses caras são heróis. Sem as referências deles mesmos pra seguir (ao contrário de nós), com todas as limitações técnicas da época em todos aspectos, apenas seguiam cegamente seus instintos em frente e criavam essas pérolas. O convido a se deleitar comigo em mais algumas obras fantásticas de Mr. Coderre. Em frente! :D











sexta-feira, 29 de março de 2013

Rotoscopia - algumas referências

Nas minhas pesquisas sobre rotoscopia, encontrei algumas pequenas pérolas contemporâneas que utilizam a animação sobre imagens reais muito bem. Segue abaixo umas destas, entre mistura de coisas que encontrei e indicações de amigos e colegas.

12 minutes of love: animação em rotoscopia do jeito que eu gosto - você não sabe onde termina a parte filmada e começa a animação. Fusões, pinturas e edição de primeiríssimo nível.



The ten basic rules of film noir: Ah, se toda vinheta de TV fosse como esta...



PAS BEAU: Uso muito criativo - até cômico - da animação sobre imagens de um filme (no caso, nosferatu, filme hoje de uso livre)



The Nest - Trailer: Imagens animadas incríveis para este filme que é parte animação e parte ação ao vivo. Forte, arrebatador e tecnicamente excelente.

segunda-feira, 11 de março de 2013

Estudos para rotoscopia - pintura sobre fotografia



Alguns estudos diretos do diário gráfico, realizados sobre fotografias de jornais, livros e revistas, testando as possibilidades para futuro projetos envolvendo rotoscopia, isto é, interferir quadro a quadro sobre imagens de um vídeo previamente feito. Fazem literalmente anos que venho tentando fazer algo assim. O mais louco deste processo de pintura sobre imagens reais é que embora se tenha o referencial fotográfico, uma vez se fazendo algo mais "expressionista", a coisa sai de controle e toma vida por conta própria. Ora se passa da conta, ora fica aquém do que se esperava. Acho que a melhor forma é talvez não esperar muito e aproveitar tudo o que se manifesta e vem. Mal posso esperar pra ver isto animado. Vamos esperar pelos próximos capítulos... em frente. :)






segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Oficina de Animação - Exercício de rotoscopia

Exercício de rotoscopia realizado na oficina de cinema de animação do projeto Educando o Olhar. Postagem completa sobre a oficina, com o filme final feito pelos alunos e bastidores neste link.

O mais interessante é que estes exercícios foram feitos para melhor entendimento da técnica pelo alunos e foi isso. Apareceram brevemente no vídeo de bastidores, mas após fazermos o filme final dos alunos com o material feito "pra valer", estes exercícios acabaram meio que "esquecidos"... até que resolvi pega-los e montar esse videozinho. Eram só os planos de cada um, um atrás do outro. Tá bom, pensei, vou colocar umas cartelas. Hummm, talvez seja melhor colocar os créditos também, e o fiz. Ah, por que não colocar uma trilha simples (que eu tinha feito originalmente pra outro projeto, mas que tinha mudado e também ficou esquecida) pra ficar mais bacana, pensei, pra fechar? E aí está.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Referência: Sledgehammer



Não canso de assistir este videoclip do Peter Gabriel. Além da música ser incrível, o videoclip é inteiramente animado, e não apenas isso, mas conta com uma animação de primeiríssima linha, stop motion e pixilation conduzidos de forma genial.

Esta versão, além de restaurada, conta com os créditos completos de produção, algo raríssimo para este tipo de trabalho, e nele podemos ver nomes como Peter Lord e Nick Park, da Aardman, e dos Brothers Quay, que trabalharam como animadores. Fico imaginando esses caras inventando mil coisas na hora, tendo ideias e fazendo a coisa acontecer de forma incrível, tudo em cima do pobre Peter Gabriel, que reza a lenda é um cara super aberto a essas experimentações pros seus trabalhos.

Sou super suspeito pra falar das técnicas deste filme, pois o considero umas das minhas maiores referências. Boa parte da animação foi feita da forma table top, isto é, na truca - a câmera fica alta, apontada para baixo e na superfície plana da "mesa", onde a câmera está apontada, a ação acontece. Animaram de tudo: brinquedos, desenhos à giz, massa de modelar como tinta, objetos simples, frutas, verduras, peixes, frangos, cadeiras, escadas, mesas, televisores, além do próprio Peter Gabriel e mais dezenas de figurantes nessa salada animada incrível. Pra mim, essa é a essência da animação: o controle do caos. Ao mesmo tempo que mostramos a essência da vida, essa multiplicidade, a 'organizamos' e transformamos em arte, sublimamos, processamos e transformamos em algo belo, em algo interessante de se ver e que, de alguma forma, modifica algo que temos dentro, nos tornando melhores.

Detesto dar essa de saudosista mas, ainda mais do que ficar triste por não se fazerem mais materiais assim, me pergunto; porque não?? Essa ousadia, inventividade artística e qualidade técnica incrível, e ainda por cima feita há quase trinta anos atrás, numa era pré-digital, é muitíssimo melhor do que a maioria das coisas feitas hoje. Aliás, não só é, como continua. Hoje temos uma infinidade de recursos e possibilidades, mas praticamente ninguém os explora como poderia. Fica a minha empolgação ao ver e rever e rever e rever este material (que já vi seguramente centenas de vezes), a chateação por não termos mais quase nada nesse nível e a vontade de fazer meus trabalhos melhores e melhores com toda essa inspiração. Vamos em frente!

sábado, 13 de outubro de 2012

VT Feminize - Lingerie à Brasileira



VT para internet em que fiz as sequências de animação; primeira parceria com o estúdio criativo e produtora Polegar Opositor. Eles gravaram as cenas do ensaio com as modelos para essa nova coleção da Feminize e conceberam a ideia de se criar animações de animais e plantas para interagir com as com as cenas reais, dando uma personalidade única ao todo.

Eles já conheciam o meu trabalho, e no nosso primeiro contato já nos demos muito bem logo de cara. A Polegar Opositor tem uma abordagem diferenciada no trabalho, que respeita o toque autoral e artístico. Conversamos sobre a concepção do VT, que se encaixou perfeitamente nos experimentos que tenho conduzido no cinema de animação. Optei então por trabalharmos com a técnica da rotoscopia, e em cima de vídeos de animais diversos e de plantas (estas em timelapse), animei e criei animações de transição. O mais legal da rotoscopia é que, enquanto temos o movimento real para nos basearmos, estamos livres para criar em cima como quisermos. É uma das abordagens da animação que mais me fascina, e com certeza quero explorar muito as suas possibilidades.

Outra coisa muito legal deste trabalho foi a liberdade que tive para criar. Os amigos da PO me deixaram livre para escolher a técnica e criar como eu achasse melhor, coisa aliás, que conversamos de forma muito tranquila antes do trabalho. Como falei para eles, uma das coisas me me fez sair dos trabalhos mais comerciais - seja em ilustração, como já fiz muito, ou animação - é que as agências de publicidade então limavam muito o trabalho, pediam coisas sem criatividade nenhuma, faziam mil modificações, tudo era pra ontem e para completar (claro), ainda pagavam absurdamente mal. Hoje as coisas estão mudando, e mais estúdios e escritórios criativos estão surgindo, coordenados por gente jovem e de cabeça aberta, como os colegas da Polegar, e consequentemente conseguem resultados inovadores e de qualidade nos trabalhos por darem asas à sua imaginação e a daqueles que trabalham com eles, como foi meu caso. Já compartilhava essa visão criativa com a Destra Design, em inúmeros trabalhos feitos em parceria, e ter a oportunidade de conhecer mais estúdios trabalhando desta forma é uma alegria e a certeza de que coisas ainda melhores estão por vir.

Mais alguns detalhes deste trabalho estão nesta matéria-entrevista no blog da Feminize: http://blog.feminize.com.br/2012/10/05/diego-akel-para-feminize/

domingo, 19 de agosto de 2012

Saudade

Saudade from Diego Akel on Vimeo.

O curta Saudade foi o resultado da disciplina de Cinema de Animação, que ministrei na última edição do Projeto Educando o Olhar, um curso completo de audiovisual ministrado em escolas da rede pública de Fortaleza. A partir de uma visão da animação como algo mais livre, utilizei a técnica da rotoscopia, em que imagens reais filmadas são transformadas em frames separados e manipulados um a um. O material então é refotografado e vemos o movimento real, adicionado da manipulação manual. Foi um trabalho muito gratificante de fazer, e o resultado foi além das nossas expectativas. Novamente, Sabina Colares - a coordenadora e idealizadora do projeto - produziu, juntamente com Carolinne Vieira e comigo, e tive a assistência valorosa de Josimário Façanha, tanto durante as aulas como na finalização do material.

No vídeo dos bastidores, belamente produzido pela Comunik Filmes, podemos ter uma noção do processo:



As aulas foram muito divertidas, os alunos se empolgaram muito assistindo aos trabalhos de Norman McLaren, Oskar Fischinger e outros mestres da animação experimental. Assistimos ainda diversos trabalhos envolvendo a técnica da rotoscopia e da manipulação de imagens reais em animação. Reconheço que as oficinas que ministro sempre refletem um pouco as minhas inquiatações de cada momento. Quando a Sabina me perguntou sobre a possibilidade de trabalhar esta técnica com os alunos eu me empolguei um bocado, pois realizar um filme assim era - aliás, ainda é - uma das minhas maiores vontades. Poder compartilhar com os alunos essa possibilidade, dividir com eles a feitura de um filme assim seria muito bacana.

Quando assistiamos à referências, durante as aulas, sempre que acabava um filme que eles gostavam (e gostaram de todos), eu provocava perguntando "Qual a história deste filme? Quais os personagens? Sobre o que ele fala?". A impossibilidade de responder estas questões mostra que os trabalhos sem narrativa definida e personagens podem sim, ao contrário do que muitos imaginam, ser interessantes, ricos e empolgantes. Além do mais, era o primeiro contato de jovens (que tinham entre 16 e 18 anos) com um cinema mais abstrato, e não precisaram intelectualizar exageradamente o processo de entedimento - coisa necessária para muita gente que conheço, por sinal. O legal é exatamente ver como eles se identificam e podem usar estes trabalhos como ponto de partida para construir as suas próprias ideias.

Para realizar o filme, como foi mostrado nos bastidores, basicamente, cada aluno gravou cinco segundos em vídeo de algo que, para ele, remetesse à saudade. Alguns formaram grupos, mas todos escolheram o que filmar. Não havia roteiro. Alguns filmaram sem imaginar o que fazer depois, outros já tinham uma ideia precisa de como iriam interferir nas imagens. Após a filmagem, separamos os vídeos de cada aluno. Uma vez decompostos em frames (12 por segundo) e impressos (cabiam seis por página A4), cada aluno recebia os seus cinco segundos - no caso, sessenta frames - e utilizaram canetas hidrográficas, lápis de cor, giz de cera e sobretudo giz pastel para interferir nas cenas. O mais legal de usar o giz pastel é que ele permite que utilizemos cores claras para cobrir massas escuras da imagem original, isolando trechos ou repintando de uma forma bem particular, que associado ao movimento real da imagem dá esse "estranhamento" que é próprio de filmes em rotoscopia. Fizemos um teste onde pegamos uma cena de um aluno (um salto de uma escada) para que todos animassem. Isto tanto foi ótimo para que entendessem o princípio como para acompanharem o processo de captura - montamos uma truca na sala de aula e fotografamos este teste ao vivo, conforme terminavam. Após isso, partimos para o plano final, de cada um.

Para fotografar, tivemos a ideia de preencher o espaço além dos frames com desenhos e textos dos alunos, além dos materiais usados na animação. Nesta etapa fotografamos na truca do NUCA, eu e Josimário animando minimamente a chegada / saída de cada plano e outros pequenos detalhes, cuidando para que o nosso trabalho não se sobrepusesse à animação dos alunos. Após esta parte e o tratamento das imagens, partimos para a edição. Convidamos os editores Gracielly Dias e Vinícius Alves para montar tudo, no que fizeram um trabalho genial. Na trilha, o músico Ednilson Gomes Júnior deu o toque preciso para fecharmos este pequeno trabalho de forma tão delicada.



Semana passada ocorreu o lançamento formaal do filme aqui em Fortaleza, junto com os outros dois trabalhos de conclusão de curso dos alunos do projeto. Foi muito bacana e emocionante estar ali presente. Depois, conversando com alguns dos outros professores do curso, percebi que na verdade nós é que aprendemos com os alunos - aprendemos a sermos livres de novo. Pois, conforme vamos nos desenvolvendo mais, conhecendo mais e produzindo, vamos de certa forma abandonando aquele espírito livre do comecinho, de quando "nada" sabíamos mas tínhamos toda a coragem e disposição do mundo. Aquela "ingenuidade boa", como sempre digo, de quem se empolga com tudo e que vibra a cada nova descoberta. Tudo é novo e incrível, e esse é exatamente o espírito dele, ainda mais vendo o filme concretizado. Gerações anteriores que passaram pela escola se emocionaram na exibição, assim como familiares dos alunos. Umas das coisas mais bacanas que ouvimos é como este trabalho retrata este espírito adolescente, essa fase deles que, ainda que mude, ficou como registro para sempre no filme.

O trabalho já tem circulado por diversos festivais, entre eles a Mostra do Filme Livre e o Anima Mundi 2012. Estará agora em outubro no MUMIA, em Minas. De toda forma o filme está disponível na internet para qualquer pessoa assistir e inclusive baixar, se gostar. Vamos em frente :)

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Anima Mundi 2012: a homenagem surpresa

Anima Mundi 20 Anos - Homenagem dos Animadores Brasileiros from Diego Akel on Vimeo.

A vídeo acima foi o resultado de seis meses de trabalho de mais de quarenta animadores brasileiros, realizado no mais completo sigilo e infiltrado secretamente nos arquivos de exibição do Anima Mundi, para ser exibido na cerimônia de abertura do festival no Rio. Tive a honra de ser um desses quarenta. Tudo foi feito para que a sua exibição então fosse uma total surpresa para os quatro diretores do festival. Contando um pouco da historinha de como essa ideia maluca e (talvez por isso) genial surgiu:

No fim do ano passado, Marão e Arnaldo Galvão, dois dos grandes animadores brasileiros tiveram essa ideia: fazer uma homenagem coletiva para comemorar os vinte anos do Anima Mundi, para ser exibida de surpresa na abertura da edição de 2012. Os dois então fizeram uma pequena curadoria, selecionando nomes que, segundo os critérios que estabeleceram, tiveram relevância na história do festival. Foram então convocados em torno de sessenta animadores, que após confirmações, chegamos a um número de cerca de quarenta. Havia nomes de diversas gerações, estilos e técnicas, de todo o Brasil. A missão era insólita: cada um deveria criar uma animação de três segundos, que ao serem montadas, iriam resultar num filme de uns dois minutos. Todos vibraram com a ideia e se empolgaram para criar seus segmentos. Seguiram-se meses de planejamento, pequenas parcerias (dois animadores poderiam fazer juntos seis segundos, três animadores, nove, e por aí vai) e muitas questões a serem resolvidas. O mais legal de observar, ainda mais agora, olhando a homenagem pronta, é ver esses personagens e momentos tão ímpares da animação brasileira retratados num único vídeo. Cada um retratou seus personagens  - muitos nascidos, exibidos e premiados no festival - ou algo que considerou importante pra homenagem, e o resultado ficou realmente muito impressionante. Quanto mais você conhece da produção nacional mais aproveita do vídeo. Há incontáveis referências, fazendo estes talvez os dois minutos mais ricos do festival.

Mas o melhor de tudo foi a reação dos diretores. Eu mesmo produzia meu trechinho pensando o tempo inteiro (e rindo sozinho, diga-se de passagem) imaginando a cara deles quando vissem. Infelizmente não pude estar presente no dia, mas os amigos que estiveram contaram que, na cerimônia de abertura, Marão subiu ao palco, tomou de assalto o microfone do apresentador e, sob os olhares atônitos dos quatro diretores (segundo o próprio Marão, "uma mistura de surpresa, indignação e receio"), ele anunciou que seria exibida uma homenagem surpresa feita por quarenta animadores brasileiros. Então apagaram-se as luzes e - graças ao Bernardo Mendes, nosso agente duplo que infiltrou a homenagem no HD de exibição guardado às setes chaves - o vídeo foi exibido. Consta que o trecho final da música nem foi escutado, tamanha a vibração de palmas e gritos de todas os 700 convidados presentes que lotavam a sessão. Após isso, os quatro diretores subiram para falar, visivelmente emocionados. Um deles, César Coelho, nem conseguiu terminar a sua fala, de tanta emoção. Até o fim dos festival - Rio e São Paulo - a homenagem foi exibida nas aberturas e encerramentos e em outros momentos, e os diretores sempre nos agradeciam pessoalmente por ela. Como diria um amigo meu, foi "uma surpresa e tanto". E foi mesmo.

Sobre a minha participação, tive a honra de fazer então o que veio a se tornar o segmento final (o número 20 girando surgindo dentro de um bloco de massa), juntamente com meu amigo e animador Josimário Façanha. Escolhi a técnica do Strata Cut - que ainda falarei em detalhes aqui no blog. A escolha foi feita porque, resumindo, foi graças ao festival tive contato direto com o criador da técnica, o norte-americano David Daniels, no Anima Mundi do ano passado. O festival me proporcionou este que foi um gratificante encontro (eu e David ficamos amigos e nos falamos até hoje), então nada mais justo do que retribuir criando um trechinho na técnica. Fizemos o melhor que conseguimos. Breve postarei um vídeo dos bastidores do meu segmento e esmiuçarei o processo de criação. E vamos em frente! :)




quinta-feira, 17 de maio de 2012

MUMIA 10 - Vinheta: Call for Entries 2012



Vinheta recém-finalizada para a décima edição do MUMIA - Mostra Udigrudi Mundial de Animação. Fui convidado pelo criador e diretor do MUMIA, Sávio Leite, para criar a identidade visual do evento deste ano, e propus fazermos também algumas vinhetas. A primeira então é esta, a chamada para inscrições internacional. Foi um trabalho sensacional de fazer. Livre, solto, espontâneo, incorporando literalmente tudo o que aparecesse no caminho - de objetos a ideias, imprevistos e até - e principalmente - o que se poderia considerar como erros. O resultado me agradou muito, e só reforça aquilo que eu já acreditava: que temos que fazer aquilo que gostamos, da maneira que queremos e não ter medo de nada. Ser sincero no que fazemos, fazer de coração. Incorporar tudo, de todo lugar.

Essenciais para este trabalho - sem os quais ele jamais teria ficado como ficou, se é que teria existido - foram as contribuições de Josimário Façanha - mais do que um assistente, uma mão amiga que está atenta a tudo e traz excelentes ideias a qualquer projeto que seja - e de Denis Akel, meu querido irmão que na sua calma literária deu o pontapé inicial para que eu pudesse criar o som. E ainda, claro, agradecimentos especiais também ao Núcleo de Cinema de Animação Casa Amarela Eusélio Oliveira, que cedeu o espaço para que pudéssemos, mais uma vez, enlouquecer animando todos estes objetos por dias. A estrutura incrível da Sala da Truca foi determinante.

Breve posto mais sobre os bastidores deste trabalho super divertido de realizar. Vamos em frente! :)


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Estudo animado: mais liberdade e menos frescura


Já há algum tempo, ao postar coisas como desenhos e fotos aqui no blog - boa parte, por sinal, já feitos no iPhone - pensei comigo mesmo; "Ué, se posso fazer desenhos e fotos sem compromisso, apenas como estudo, treino ou mesmo pelo simples prazer de fazer, por que não posso fazer o mesmo com animações?".

Longe de querer ser mais um fã cego da Apple, tenho que reconhecer pelo menos uma coisa em Steve Jobs: o homem sabia mesmo como criar coisas que tornam nossas vidas e nossas atividades não só mais simples, mas como nos deixam mais próximos daquilo que realmente queremos fazer, e nos permite fazer ainda mais e melhor. Com o advento do iPhone (e, logicamente, dos bons aplicativos feitos para ele), fica muito mais fácil fazer estes "esboços animados", isto é, pequenas animações que, longe de serem curtas finalizados, são simplesmente manifestações criativas livres de propósito, criadas espontaneamente e - o melhor - em qualquer lugar e sob as mais diversas circunstâncias. Sem precisar criar uma infinidade de pastas, nomear centenas de arquivos, definir formatos e compressões chatíssimas, enfim, travar uma batalha com uma tranqueira de coisas - sejam no universo físico como no digital - , posso desenvolver possibilidades praticamente sem esforço, usando apenas a energia criativa inicial que nos incendeia quando temos uma ideia.

Aqui no estúdio tenho toneladas de teste de animação feitos (sejam fotografados, escaneados ou diretamente digitais, mas ainda finalizados em computador desktop), alguns feitos sempre ao começar projetos, outros que nunca foram iniciados mas deixados de lado e outros que até que ficaram interessantes, mas sabe Deus onde foram parar, nesses gigabytes que deixamos sumir entre DVD's gravados e HD externos lotados. O fato que ocorre é que desenvolver testes livres interessantes e tê-los sistematizados como eu teria desenhos numa pasta - ou mesmo encontrar todos e postar -  era algo quase impensável pra mim. A própria ideia aliás, de compartilhar na rede estes testes era algo que eu ainda não pensava - sua natureza crua demais parecia longe da "polidez" que um trabalho finalizado "exige". Hoje, totalmente através do próprio iPhone, animo (utilizando o aliás excelente software ArtStudio), finalizo um pequeno vídeo, posto diretamente para o Vimeo e voilá! Está pronto e no ar. Mais sem frescura do que isso, só dois disso. Posso criar meus estudos e posta-los, que, ao mesmo tempo que os compartilho, os mantenho como registro do trabalho, dos pensamentos e ideias tidos ao decorrer do tempo.

Quando digo "sem frescura" quero dizer eliminando diversos processos, sem etapas que acabem me distanciando da empolgação e vontade que, acredito, sempre estão no começo de qualquer criação artística, mas que nem sempre chegam ao final. Ao fazer estes estudos, tudo é tão rápido e intuitivo que, antes de pensar, já fiz algumas dezenas de frames e algo que me parece interessante já se delineia. Claro, continuarei fazendo trabalho mais complexos, que necessariamente envolvem mais aspectos técnicos para uma conclusão interessante, mas confesso que criar assim, tão solto, é irresistível, delicioso, instigante e viciante. Não posso deixar de pensar: porque não fazer trabalhos "pra valer" desta forma? Por que todo trabalho animado precisa necessariamente de semanas, meses, até anos produzindo? Por que não posso fazer um trabalho interessante de uma tacada só, em alguns dias (ou até algumas horas) sem processos complexos, sem tantas etapas a serem seguidas, sem um "manual" de produção a ser percorrido? Me incomoda muito, inclusive, que muitos dos meus colegas não consigam ver o cinema de animação além destas fronteiras - o vêem apenas como uma indústria, com uma fórmula a ser seguida para se conquistar um "mercado". As abordagens - sejam técnicas, temáticas ou conceituais - são apenas repetidas, nunca questionadas ou aprimoradas.

Neste momento devo estar conduzindo cerca de uns vinte outros estudos animados, alguns prontos, outros no meio e outros bem no início, todos criados direto no iPhone. Tem de tudo, de linhas mais soltas como este até alguns testes em animação sobre fotos e rotoscopia. Todos livres, sem compromisso com mais nada a não ser deixar a coisa fluir sem restrições. Só em poder criar em qualquer lugar - fila do banco, no táxi, na espera do médico ou até na cama antes de dormir (minha opção preferida, por sinal) - já é um bálsamo. Há tempos penso em maneiras de como "dessacralizar" os aspectos técnicos de sempre de se criar animações, e esta possibilidade é um prato cheio.

Para finalizar, gosto de lembrar das palavras de Norman McLaren que, há quase 70 anos atrás, ao falar do processo de animação feito diretamente na película 35mm, o citava como sendo algo que aproximava o realizador do filme, tal qual o pintor de sua tela - não há intermédiários, apenas ele a lidar diretamente com sua obra, ao passo que na animação, são inúmeros os processos técnicos e operacionais envolvido da criação ao filme finalizado. McLaren hoje com certeza ficaria empolgadíssimo como estas novas possibilidades, e sinto que seu espírito permanece mais vivo do que nunca em todos os realizadores que exploram as possibilidades sempre infinitas que a arte animar oferece. Está tudo aí, à nossa disposição, mais acessível e palpável do que nunca. Vamos em frente.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Aula de Animação Experimental - Casa Amarela



O vídeo acima foi o resultado prático de uma aula-experimento de animação pintura-no-tempo e timelapse, que realizei em dezembro do ano passado no curso de Cinema de Animação da Casa Amarela Eusélio Oliveira, aqui em Fortaleza. A ideia básica era introduzir os alunos ao universo da animação experimental, através da abordagem da pintura-no-tempo. Como só contávamos com uma aula, resolvi mudar o esquema tradicional das oficinas e cursos que ministro; assistimos a apenas um filme de referência (Motion Painting no. 1, do mestre Oskar Fischinger) e depois partimos direto pra ação.



Eu queria pegar o movimento dos alunos, o ato de pintar em si, sua movimentação em volta da imagem. Para isso, colocamos a câmera o mais alto possível na truca, ajustei a lente para pegar todo o campo e uma placa de madeira já estava preparada para a pintura e posicionada sobre a base de trabalho. Mas o desafio só começou - eu ainda me perguntava como, em pouco mais de uma hora, iríamos conseguir fazer um material de duração razoável para os alunos 'pegarem o espírito' de animar assim? A solução então - que contemplava tanto isso como pegar as ações deles ao animar - foi captar tudo em timelapse: ajustei a câmera para fotografar a cada cinco segundos e os alunos foram pintando a superfície, de modo livre e espontâneo. Como sabiam quando a câmera dispararia, foram trabalhando de modo criativo, ora se deixando ver, ora modificando a imagem rapidamente e se ocultando. Foi, de fato então, um experimento que mistura time-lapse e pintura-no-tempo. Fiquei ainda algum tempo me perguntando se um filme desta forma pode ser mesmo considerado animação, no sentido do termo de 'modificação e registro quadro-a-quadro controlado de imagens", mas independente disso, como todo trabalho, o resultado me desperta para as novas possibilidades que podem surgir daí.



Agradecimentos à Mariana Medina, professora do curso, pelo convite, a Josimário Façanha, pela sempre mais do que eficiente (e necessária) assistência e ao NUCA, por ceder o espaço da Sala da Truca, onde o experimento foi realizado. Espero fazer mais destes - com ou sem timelapse - em breve.








domingo, 29 de janeiro de 2012

Referência: Elizabeth Hobbs



Trabalho recente de Elizabeth Hobbs, animadora inglesa que há alguns anos já admiro e só recentemente seus trabalhos ganharam a internet com mais propriedade. Ela trabalha com uma técnica de pintura-no-tempo com aquarela, isto é, pinta e, com a tinta ainda úmida, fotografa, retira a tinta (que deixa sua marca no papel), repinta o próximo frame, fotografa novamente, e assim por diante. É algo bem mais complexo ainda de se fazer do que se parece, pois o trabalho deve ser muito rápido e preciso, além do que a própria qualidade "imprevisível" da aquarela torna tudo ainda mais desafiador. Uma vez conseguido, porém, os resultados são deslumbrantes, como a vinhetinha feita pela Srta. hobbs, acima.
Abaixo, um dos curtas mais conhecidos dela, "The Emperor", feito na mesma técnica.



Hoje a animadora tem o seu estúdio, Spellbound Animation, e produz trabalhos com uma economia de meios, por assim dizer, e ao mesmo com tanta energia e ritmo, numa "crueza"- isto é, liberdade e despretensão, até - que muito me identifico, como o curtinha abaixo, "Layman, Shaman, Daydreamin'".  Neste caso, feito de forma tão solta que vemos até as sujeiras do vidro onde foi pintado, oscilações de luz e outras coisas que jamais teriam passado por outros realizadores, mas que na abordagem livre dela tudo se torna parte indissociável do todo:



O trabalho abaixo ainda, "The Old, Old, Very Old Man" é ainda mais econômico e direto: narrativa seca - numa certa tradição do cinema de animação inglês - e realizado com tinta azul sobre um azulejo de banheiro branco. Vendo trabalhos como estes tenho cada vez mais certeza de que precisamos de cada vez menos para produzir trabalhos cada vez melhores.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Recortes, colagens e outras loucuras



Estudos feitos na última madrugada, em cima de uma ideia de certa forma antiga e nunca ainda realizada; trabalhar em cima de figuras criadas a partir de múltiplos recortes das mais diversas origens, coladas sobrepostas umas às outras. De certa forma, no VT da Série Depoimentos: Fagner a coisa começou a engrenar, de forma animada, mas ainda não tinha decomposto as figuras. De toda forma, com certeza quero explorar isso nos próximos trabalhos, e vamos ver onde vai dar. Em frente :)




sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Série Depoimentos CE: Leila Pinheiro

No ar, VT animado feito para o quarto episódio da Série Depoimentos CE, com Leila Pinheiro.



Mais uma vez foi um trabalho muito interessante de se fazer e, como sempre, um desafio. A ideia foi realizar algo bem leve, pois é a primeira vez que se tem uma mulher convidada na Série. A abordagem com aquarela se mostrou a mais acertada, com uma animação também mais lenta e delicada, basicamente composta de transições animadas de imagens que retratam momentos da carreira da Leila.

O vídeo dos bastidores dá uma boa ideia de como foi o processo de animação (e continuo cada vez mais viciado em fazer vídeos de bastidores :) ):



Após criar as imagens, as compus sobrepondo cada plano sobre si mesmo, variando as cores e estas mesclando-se ente si, criando sobreposições que se mostraram bem interessantes. No cartaz foi replicado o mesmo efeito, fiz a ilustração e o design e finalização ficou a cargo da Destra Design.


A propósito, os livros que figuram nos bastidores são o The Animation Bible e o The Fundamentals of Animation.
E vamos em frente :)

domingo, 14 de agosto de 2011

Anima Mundi 2011 - Galeria

Considerada por alguns uma das melhores sessões do Anima Mundi, a Galeria traz filmes animados de natureza experimental do mundo todo. Cada trabalho é mais impressionante que o outro, e vemos abordagens, técnicas e ideias das mais loucas e variadas que se possa imaginar. Mais uma vez, como ano passado, não consegui assistir todos da sessão (que tinha na programação até um longa-metragem de animação experimental!), mas o que consegui já foi muita coisa.
Mais uma vez, isso é o que é bacana sobre se disponibilizar filmes na internet; consegui encontrar mais da metade dos trabalhos na íntegra, para poder rever e estudá-los; vários já entraram pro arquivo de referências.
Seguem então alguns dos filmes exibidos na Galeria deste ano. :)


Moinho de Sonho

Álommalom 
Dora Keresztes / Hungria





Labirintos

Utvesztok 
Istvan Orosz / Hungria






Chuva

Rain
Viktoria Traub / Hungria






Graffiti que Mexe

Graffiti que Mexe 
Paulo O'Meira; Rim Chiaradia; Rodrigo Eba!; Thiago Gomes; Ziza; Thiago Vaz; DOM.; Bruno Perê; Bruno Neves; Agner Rebouças; Emah Oli; Image; Rim Chiaradia; Rod Vepea / Brasil





Sensologia

Sensology
Michel Gagne / Estados Unidos
Festival 2011





Ruptura

Split
Abel; Casale Lucie; Dubreux Justine; Hyerneaux Maxence / França





Engruvinhados

Stuck in a Groove
Clemens Kogler / Áustria 





Protozoa

Protozoa 
Anita Kwiatkowska-Naqvi / Polônia





Aurora

Morgenrot 
Jeff Desom / Luxemburgo






Maquinação 84

Machination 84 
Lia / Áustria; Portugal





Formas Iluminadas

Light Forms
Malcolm Sutherland / Canadá




Quem quiser conhecer a lista que foram exibidos na Galeria do Anima Mundi 2011, no site do festival tem a lista completa. E que venha a edição de 2012!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

VT animado - Série Depoimentos CE: Paulinho Moska



VT animado recém-finalizado, feito para o terceiro episódio da Série Depoimentos CE, projeto cultural que nesta edição contará com Paulinho Moska. Como nos anteriores, foi um desafio e tanto - parte do processo sob controle, parte inédita pra mim. Abaixo, o cartaz, que foi a base de tudo. Desgin da Destra Design e ilustração minha - ilustração por sua vez que foi a base de todo o trabalho :)

A ideia para o material, que foi desenvolvido em colaboração ainda mais estreita com a Destra Design, foi dar continuidade à ideia central que norteia os VT da Série: recriar sobre imagens reais do artista. Mais uma vez pegamos imagens de vários momentos da carreira do artista, trabalhando com rotoscopia, seja em cima de fotos como de vídeos, desta usando unicamente desenho à lápis como técnica. O trabalho foi também uma parceria do Akel Estúdio com o NUCA - Núcleo de Cinema de Animação Casa Amarela Eusélio Oliveira, e trabalharam neste VT novamente os talentosos animadores Jeferson Hamaguchi e Josimário Façanha. Nos próximos dias postarei um vídeo com os bastidores desta produção que foi, mais uma vez, muito bacana de realizar.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Referência (!) - Alexander Petrov

Simplesmente considerado o mestre mundial na técnica da pintura-no-tempo com tinta sobre vidro, Petrov é O Cara - já estive em rodas de conversa com animadores das mais diversas técnicas e o nome de Petrov é praticamente uma referência indiscutível. Inúmeros  animadores - incluindo eu - querem ser como ele quando crescerem. Ou pelo menos chegar perto do seu virtuosismo técnico. :P

Compartilho com os amigos dois vídeos raros de produção russa, que mostram o processo de criação do mestre. Com legendas em inglês :)





Agradecimentos ao amigo Paulo, de Recife, que me enviou esta pérola. Valeu cara! :D