terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Luz, Anima, Ação!



É com grande orgulho que finalmente compartilho aqui no blog sobre um projeto incrível que tive a honra de participar. Trata-se do documentário em longa-metragem Luz, Anima, Ação, dirigido por Eduardo Calvet, e produzido por Felipe Haurelhuk. O filme é um registro sobre a história da animação brasileira, dos seus primeiros filmes até os trabalhos produzidos hoje. Entrevistas com alguns dos nossos maiores artistas, trechos de muitos filmes e um excelente panorama, como ainda não havia sido feito por aqui.

A minha participação, juntamente com outros sete nomes, estes alguns dos maiores animadores brasileiros em atividade (Marão, Zé Brandão, Stil, Pedro Iuá, Fabio Yamaji, Rosana Urbes e Marcos Magalhães - que honra ter sido convidado!), foi para recriar o curta O Kaiser, realizado por Álvaro Marins, que assinava como Seth, cartunista brasileiro que realizou o primeiro filme de animação brasileiro de que se tem notícia. Infelizmente, o filme se perdeu, tendo restado apenas um fotograma, publicado em um jornal da época. A partir dessa imagem, e tendo liberdade para trabalhar como quiséssemos, nos foi incumbida essa missão. Cada animador usou uma técnica distinta, e cada um trabalhou em cima do último frame do anterior, criando uma continuidade.

Produzi a minha sequência utilizando as técnicas de pixilation e pintura-no-tempo, trabalhando sobre a fotografia do Álvaro Marins. A ideia era tentar imaginar o próprio Álvaro como o Kaiser, e brincar com o processo de animação em si, misturando um retrato da processo e resultado final numa coisa só. Uma linha que, por sinal, cada dia mais me agrada experimentar. Um pouco da construção do meu trechinho e dos colegas, assim como o filme completo do Kaiser recriado podem ser vistos no vídeo abaixo, trecho do longa:


Reanimando O Kaiser from IDEOgraph on Vimeo.


O longa já foi exibido em diversos festivais muito bacanas pelo Brasil e pelo mundo, inclusive o de Annecy, o maior festival de cinema de animação do mundo, ano passado. Tive a honra de assistir na estréia nacional no Anima Mundi, no Rio, também no ano passado. Não há como não se emocionar nos vendo ali, isto é, vendo esta arte que tanto amamos, como objeto de um documentário desta magnitude, com uma abordagem tão delicada. Realmente, um marco na história da nossa produção e pensamento sobre a mesma. E não há palavras para poder exprimir sobre ter feito parte deste momento.

O filme já foi exibido como uma minissérie no Canal Brasil, e breve deve chegar às lojas em edição em DVD. E vamos em frente!

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