quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Desenhos - 2004 a 2007

Alguns desenhos que tenho reencontrado nas arrumações, buscas e faxinas, desta vez no âmbito dos antigos CD's de backup. Percebo que muitas coisas hoje faço diferente, em relação ao 'traço' em si, mas outras são aidna muito semelhantes... enfim, é sempre uma busca de algo que não sabemos bem o que é, mas continuamos procurando. Cada uma destas imagens foi feita numa circunstância específica, e alguns comentários são interessantes para se entender o contexto.
Este de cima era carinhosamente intitulado "4 Homens e meio segredo", ou algo assim. Não era nada em específico, apenas uma ilustração feita sem propósito direto, como estudo de ideia mesmo. Tenho que fazer mais isso; essa de só fazer o que se precisa acaba com a gente. Muitas vezes os estudos, esboços e testes sem compromisso sem revelam muito mais promissores do que os chamados trabalhos "sérios". A espontaneidade não é algo que se consegue se querendo, percebo... ela simplesmente aparece, e se estamos preparados para aceita-la ou não... aí é com cada um. Bom, acredito eu. :)

Este azul e o PB de cima foram para um estudo de um personagem, de uma das histórias que, como era comum nessa época, não saiu. Muitos foram os projetos que nunca consegui finalizar ou continuar. Hoje, embora isso ainda aconteça, a proporção é menor... não muito menor, mas menor :)

Esta imagem de cima merece uma postagem à parte... ou várias. Trata-se da capa de uma revista que começou a ser desenvolvida - os Stroobs. Tudo começou como um vibrante fanzine desenhado pelo Franklin, que criou os personagens e história de uma banda de rock. Após o fanzine ser feito e distribuído, pensei em reescrever a história e fazer uma revista - que estava mais pra livro ilustrado -, com o Raphael Campos (roteirista na época) e a coisa foi ganhando corpo. Infelizmente porém, o projeto não para a frente. Muito, no entanto, foi desenhado; qualquer dia desses escaneio e faço aqui uma postagem específica.
Esta garota de cima foi um estudo da época em que comecei a pensar em animar linhas soltas. Neste caso, as linhas de brilho do cabelo dela voariam pela tela quando tudo ficasse preto... ou algo assim. Hoje, mais de quatro anos depois, estou começando a ver mais claramente como isso pode ser feito...
E este último - que remonta inclusive à época que o blog foi criado - foi para mais uma história de roqueiros, que nunca saiu, embora tenha escrito toda, e que ia figurar ou em um fanzine ou em um curtinha. A ideia de fazer um curta sobre uma banda - real ou não - ainda me instiga, e é algo que quero realizar muito em breve, de um jeito ou de outro. :)

Reencontrar estas imagens é de fato uma viagem no tempo. Sempre que revejo esses materiais posso sentir uma certa "ingenuidade" do passado que acho que, conforme o tempo passa, vamos perdendo. Aquele nosso lado amador, não-profissional, que tanto nos esforçamos para apagar e substituir pelo profissional e tudo. Quando começamos a ver que talvez saibamos uma coisa ou duas, vemos que inevitavelmente perdemos aquele "eu" anterior à se conseguir o que se consegue, aquele que perseguia tanto aquilo. De repente, nos vemos um pouco mais experientes, mais velhos, com mais cicatrizes (também, não se pode esquecer disso) e longe daquela inocência do início. Seja como for, sempre carregamos algum tipo de inocência conosco, acredito eu, e acho que isso é algo que deve andar lado a lado com o "profissionalismo" que vamos aprendendo, aos poucos. É bom se sentir assim, sempre em processo, por que afinal de contas é assim mesmo que vivemos: sempre à procura, sempre em busca, nunca satisfeitos. De vez em quando, porém, parar e saborear um pouco o que se faz (e o que se fez) com certeza nos faz nos enxergar melhor o caminho à frente. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Denis, bem interessanteseu blog, embora com um universo completamente diferente do meu.Vim direito aqui no tema " ilustrações", acho bem interessante, após ter conhecido pessoalmente uma ilustradora e ter visto como é dificil o trabalho de vc,, um trabalho quase anônimo, sem ter no Brasil o devido reconhecimento( como ela me contou), não sei se é o caso de todos. A historia dessa ilustradora que conheci tá la contada no meu blog, no meu ultimo post, embora eu não seja muito fã de fazer propaganda do que escrevi, achei que por trabalhar com isso, vc gostaria de ler o texto... um grande abraço
Valéria ;)