terça-feira, 27 de março de 2012

Referência: Universidade dos pés-descalços


Outro dia estava pensando que acabo só postando aqui minhas referências da própria área de cinema de animação que, claro, são as minhas bases, mas muitas vezes esquecemos que somos influenciados por tudo que passa por nós, e às vezes (muitas vezes!) algo muito interessante vem de onde menos esperamos - isto é, de fontes diferentes das que nos acostumamos a procurar.
Quando vi este vídeo me identifiquei profundamente: o autor coloca que todos tem capacidade extraordinárias, mesmo - e principalmente - executando as atividades mais simples que conseguimos imaginar. O conhecimento não deve ser elitizado e restrito à poucos, aliás, ele não é - todos, com o que sabem, podem fazer a diferença no que quer que façam, para construir algo melhor, seja o que for.

Hoje em dia, onde me vejo cada vez mais envolvido com cursos, oficinas, seminários e palestras (e extremamente feliz com isso), esses pensamentos povoam pulsando a minha cabeça.. Cada aluno traz um potencial enorme, uma pureza que muitas vezes se traduz em ideias geniais que muitas vezes ultrapassam pessoas com anos de experiência na área. Esta pureza, esta sede em começar algo novo, ou desenvolver algo à sua própria maneira, do jeito que se sabe - quem mexe com animação no Brasil sabe bem como é isso - é umas das coisas mais bacanas que consigo imaginar. A arte é algo que, cada dia percebo mais, se comunica diretamente com o coração. Vai do coração do artista diretamente ao coração daquele que contempla a obra. É uma transmissão direta, e que tende a continuar. Por isso, cada vez mais, penso eu, temos que devolver ao mundo aquilo que recebemos, dar a nossa contribuição ao meio que, de uma maneira ou de outra, nos formou. Hoje, no meio do cinema, isso pode se traduzir em compartilhar os trabalhos a todos que se interessem em todos os canais possíveis, dividir técnicas, métodos, macetes, processos, sobretudo pensamentos e ideias, e sem claro esquecer até as nossas mais secretas gambiarras. Acho que só temos a ganhar, e particularmente vejo que nada me dá mais satisfação do que alguém vir até mim falar de um trabalho que fiz que, de alguma forma,  ajudou ou ajuda essa pessoa em algo. Isso é o melhor pagamento que existe. E ainda penso mais, como outro dia conversava com o Denis, meu irmão, penso que é essa a nossa função: sedimentar e dar as melhores bases possíveis para os que virão, assim como hoje temos as dos que vieram antes de nós. Diretamente, minhas referências, meus pais artísticos, que tanto dialogo e tanto me ensinam sempre. E esse círculo aumenta sempre, como falei no início, indo além da nossa área e se expandindo a todos aqueles que acreditam cegamente no que fazem e nos transmitem a sua empolgação. Poder um dia ser uma referência para alguém para mim seria a maior honra que eu poderia ter, infinitamente maior do que ganhar qualquer prêmio. Pois é a prova máxima que a coisa está evoulindo, crescendo, indo de coração a coração, sem intermediários.

Obrigado de coração à sempre querida Francimone Campos que me mostrou este vídeo, já sabendo que eu me identificaria tanto. Fran, ele não poderia ter chegado em melhor momento. Em frente! :D

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