Luiz Elson

Há alguns dias tive uma grata surpresa. Estava eu me preparando para animar algumas cenas no NUCA, na Casa Amarela, quando chega um simpático e vibrante rapaz me cumprimentando. Me apresentei e ele, sorrindo, disse:
- Eu vim de Natal só pra lhe conhecer!
Era Luiz Elson, desenhista, quadrinista, artista plástico, professor da Universidade Potiguar e entusiasta da animação. Fiquei ao mesmo tempo surpreso e alegremente confuso (se é que isso existe) ao ouvir sua saudação - pensei, "alguém veio de longe para me conhecer? Sério??" - , e o convidei para entrar. Luiz, que veio com um amigo e sobrinhas, está de férias e aproveitou para vir a Fortaleza conhecer algumas coisas que procurava, inclusive a mim. Entramos na sala e ele começou a comentar em detalhes sobre praticamente todos os meus trabalhos, e disse que conhecia tudo pelo meu blog, fato que realmente se confirmou por toda a conversa. Fiquei muito impressionado e feliz. Trocamos várias ideias, mostrei um pouco do trabalho que estava em processo nesses dias a ele, que viu e ouviu tudo com extrema atenção. Luiz, que tem uma sólida experiência nas artes plásticas além de dezenas de publicações como quadrinista e professor de educação artística, está ingressando no universo do cinema de animação. Sentamos e ele me mostrou o interessante trabalho que está conduzindo com alunos, tanto do ensino médio como do superior, e que partilha muito do que penso e, consequentemente, do que sempre escrevo aqui, que é produzirmos com o que tivermos à mão, da melhor forma que nossas condições nos permitem. Luiz inclusive, inspirado pelos meus experimentos com farinha, fez os seus próprios, da mesma forma que eu, o que me deixou quase emocionado ao ver. Mostrei a Luiz a estrutura da Sala da Truca, onde tenho passado muitos dias animando, e que ele fotografou e filmou tudo para referência.
Não é todo dia que algo desta natureza acontece, e desde este dia, com um sorriso no rosto, tenho refletido e pensado muito sobre o incrível alcance do que fazemos, melhor dizendo, sobre como as coisas ganham vida por si próprias e nos levam por caminhos nunca imaginados. Ao escrever aqui no blog e dividir as experiências, não imaginamos quem vai ler e aonde isso levará as pessoas, de que forma isso poderá fazer parte delas, e não tenho palavras para descrever a satisfação de poder ter uma experiência destas. Isso faz todo o trabalho valer a pena. O próprio Luiz comentou o quanto é bacana dividirmos os processos, o quanto ele gosta de ver isso no blog e, assim como ele também faz nos seus trabalhos e com seus alunos, o quanto isso só coloca as coisas para a frente; do pouco que sabemos, repassar. É isso aí Luiz! No que depender de mim, muito mais experiências estão por ser compartilhadas. Em frente! :D

Foto de Juliana Dantas Medeiros.